Mantiqueira é localidade com mais óbitos pela doença na regional, enquanto o Céu Azul lidera o número de casos, informou boletim epidemiológico da prefeitura

A Região de Venda Nova deixou de ser o epicentro da COVID-19 em Belo Horizonte. Depois de semanas consecutivas na liderança da quantidade de mortes, a regional foi ultrapassada pelo Oeste de BH: 128 óbitos contra 130. As informações são do boletim epidemiológico e assistencial da prefeitura.

Ainda assim, Venda Nova é a segunda região com mais vidas perdidas para a pandemia na capital mineira. A Nordeste também soma 128 vítimas do novo coronavírus.

Quanto aos bairros de Venda Nova, 33 localidades diferentes registram ao menos um caso da doença. No Céu Azul, já são 122 diagnósticos, a maior quantidade da região.

Na sequência, aparece o Mantiqueira, com 110 casos e 15 mortes. Esse bairro é aquele com mais óbitos da doença.

Céu Azul, Piratininga e Lagoa computam 10 mortes cada. Chama a atenção a taxa de letalidade nesse último bairro: 26,3% dos infectados morrem, muito acima da média da cidade, que gira em torno dos 3%.

A Prefeitura de BH contabiliza 1.140 casos de COVID-19 em Venda Nova até essa quarta-feira (2). Portanto, 11,2% dos diagnosticados na Regional morrem – indicador também acima da média de BH e do Brasil.

Somente oito bairros de Venda Nova não computam casos: Nova América, Conjunto Serra Verde, São Damião e as vilas Satélite, Santa Mônica, Piratininga, Jardim Leblon e Canto do Sabiá. Os dados são da prefeitura.

Quadro geral

Belo Horizonte chegou nesta quarta-feira (2) a 1.021 mortes por COVID-19. O boletim epidemiológico e assistencial da prefeitura informa que 17 óbitos pela doença aconteceram nas últimas 24 horas. Quanto ao número de casos, a cidade chegou a 34.530 – uma diferença de 409 diagnósticos para o levantamento anterior, divulgado nessa terça (1º).

Entre as pessoas que morreram vítimas da COVID-19 em Belo Horizonte, 564 são homens e 457 mulheres. A maioria dos óbitos, 81,8% (836), é formada por idosos. Outros 15,8% (161) tinham entre 40 e 59 anos; e 2,4% (24) entre 20 e 39 anos.

Quanto à cor, 49,8% das pessoas diagnosticadas com casos graves eram pardas, 26,3% brancas, 9,2% pretas e 0,8% amarelas. De acordo com a PBH, 13,8% não tem cor especificada ainda.

Além disso, 97,5% dos óbitos são de pessoas com fator de risco, segundo a prefeitura. Apenas 28 mortes sem comorbidades: 24 homens e quatro mulheres.

A idade, cardiopatia, diabetes, pneumopatia, obesidade, nefropatia e doenças neurológicas são as comorbidades mais comuns.

Homenagem

Para impedir que as vítimas do Covid-19 em Venda Nova sejam transformadas em estatísticas apenas, o Jornal Norte Livre buscará depoimentos de entes queridos dispostos a prestar homenagem às pessoas que perderam. As histórias serão contadas à medida que são colhidas com a esperança de, também, conscientizar a população sobre os riscos da doença.

Pessoas interessadas em relatar a história das vítimas podem fazer contato pelo e-mail: contato@nortelivre.com.br (assunto homenagem). A reportagem já contou a história da auxiliar de dentista Ivanda da Silva, que perdeu a vida para a doença aos 55 anos (clique aqui para conferir).


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